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Elas

Hoje eu quero falar sobre minhas amigas. Primeiro porque elas me salvaram de um fim de semana que estava predestinado a ser um dos mais tediosos de todos os tempos, e segundo porque eu nunca falo sobre elas. Existem dois motivos predominantes pra eu nunca falar sobre minhas amigas por aqui. O primeiro é que nos últimos dois anos eu não mantive muito contato com elas. Pra ser honesta, estava mais preocupada com meus relacionamentos amorosos, vida profissional e com o grupinho de gente mais ou menos que eu andava. Fui relapsa mesmo, admito. O segundo motivo é que, mantendo a honestidade, eu nunca tive muitas amigas. Alguns traumas com amizades femininas que tive na adolescência me deixaram um tanto quanto bloqueada. Aquela tal história do slut shaming, sabe? Pois é.
Eu era uma daquelas minas toscas que dizem: “as mulheres são todas chatas, prefiro andar só com homens”. Apenas uma forma de me proteger do que eu já havia enfrentado no mundo lá fora. Mantive pouquíssimas amizades com pessoas do mesmo sexo, e por muito tempo, fui feliz assim. Mas sabe o que é? Meus amigos homens são maravilhosos e eu adoro eles, mas não dá pra viver sem as minhas amigas. Não dá porque, às vezes (e com às vezes quero dizer quase o tempo todo), são elas que me ajudam a consertar tudo: desde a impressora aqui de casa que quebrou outro dia, até um coração partido.
São as amigas que aguentam a gente falar por 3 horas no telefone sobre nossos casos amorosos. São pra elas que a gente manda foto do look do dia no Whatsapp e pergunta se tá bom. Elas até ajudam a gente a escolher o prato que vamos comer no restaurante quando ficamos confusas com tantas opções! E falando em restaurante, só elas topam sair as 3 da manhã de casa pra comer um rodízio japonês. E no dia seguinte ir na churrascaria. E depois jantar no japonês de novo. São elas que te chamam pra ir no cinema no meio da tarde durante a semana, e dormem do seu lado babando no meio de um episódio de Game Of Thrones. Só elas fazem um passeio ao hospital no meio da madrugada ser tragicômico. E só elas te levam pra uma festa em uma sexta chuvosa e dançam, bebem, dão risada com você e ainda aguentam a conversa do amigo chato do cara que você acabou pegando.
São elas que te ajudam a fazer aquele trabalho insuportável do curso e passam na sua casa sem avisar só pra levar um bolo de chocolate, porque elas sabem que é seu sabor favorito. São elas que fingem ser nossas namoradas pra afastar os boys chatos da balada, e inventam nomes diferentes pra esses seres nunca conseguirem rastrear a gente no dia seguinte. São elas que escolhem os piores filmes pra assistir no Netflix e ainda conseguem deixar aquela cena cheia de efeitos especiais toscos ficar engraçada. São elas que te acompanham em uma maratona de comida envolvendo salsichão no palito, churros, morango com chocolate, crepe, chopp e delícias da culinária alemã. E são elas que ensinam que nem tudo de ruim que acontece com a gente na vida é via de regra.
Lembram que falei ali em cima que fui relapsa e sumi? Elas continuaram lá quando eu percebi que precisava voltar, e essa é uma daquelas coisas que eu poderia encaixar no bordão “Existem coisas que o dinheiro não compra…para todas as outras, existe Mastercard”. Mais do que nunca, hoje sei o quão gostoso e importante é manter nossas amigas por perto. E eu queria aproveitar pra dizer pra você que tá aí lendo esse texto que é uma puta bobagem achar que toda mulher vai, no fundo, querer competir contigo e te foder no final da história. Abre seu coração e anota aí: existem SIM mulheres que vão só querer o teu bem e, de quebra, ainda vão cuidar de você. Eu juro! Abrace essa causa também e chega mais! Vem se unir ao bonde das mulheres, que sempre vai ter um espacinho sobrando pra mais uma <3

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