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EU LI: A invenção de Hugo Cabret


♥ páginas: 533
Tamanho não é documento, a leitura é mais visual do que escrita.
♥ autor: Brian Selznick
I. Brian Selznick é um escritor que traz em seu currículo vários prêmios. Ele é também ilustrador de obras infantis. O autor nasceu no dia 14 de julho de 1966 na cidade de East Brunswick, em Nova Jersey. Graduou-se na Rhode Island School of Design e atuou durante três anos na Livros Bisonhos em Manhattan, ao mesmo tempo em que escrevia A Caixa de Houdini, sua estreia literária.
II. Em 2008 Brian conquistou a Medalha Caldecott por esta publicação e igualmente a Caldecott Honor pelo livro Os dinossauros do Waterhouse Hawkins. O escritor é primo dos produtores cinematográficos David O. Selznick e Myron Selznick. A invenção de Hugo Cabret foi adaptada para as telas dos cinemas e dirigida pelo cineasta Martin Scorsese, e é um dos favoritos do Oscar na categoria de Melhor Filme.
♥ data de lançamento: 2007
♥ editora: sm
I. A edição é bem cuidada, ausência de orelhas e um acabamento mais simples colocaram o preço do livro com mais de 500 páginas a menos de R$ 30,00, facilitando o acesso dos leitores.
II. Bem diagramado, com as bordas pretas e capa de brochura.


A história se passa em 1930 na França, Hugo Cabret é um garoto órfão que vive em uma central de trem escondido por entre tubulações e entradas de ventilação, dependente do anônimato, pois se for descoberto corre o risco de ter seu segredo revelado.
Além de possuir muita destreza com a mecânica, tem uma índole muito carismática. Seu pai, um relojoeiro com muita aptidão ensinou tudo o que sabia para o filho e posteriormente morreu em um trágico acidente deixando o filho com uma máquina quebrada, intitulada "autômato". Com a morte do pai Hugo foi para uma central de trem com o tio, um cronometrista muito ríspido e que nunca esteve presente, deixando todo o trabalho de manutenção dos grandes relógios com o sobrinho. Ele sobrevivia de pequenos roubos (apesar de receber os contra-cheques pelo tio, ele não tinha como retirar)  e seu foco era o conserto do autômato; ele queria descobrir a mensagem o mesmo queria passar. Até que cruza o caminho com o severo dono da loja de brinquedos da estação e sua afilhada, seu segredo é posto em risco.

"Então, eu imagino que, se o mundo inteiro é uma grande máquina, eu devo estar aqui por algum motivo. E isso que dizer que você também deve estar aqui por algum motivo" Pág. 378

O livro se passa em Paris 1930, uma época interessante e que deve ser bastante trabalhada, senti que o autor não conseguiu trabalha-lá desta maneira. Gostaria muito de saber mais sobre o ambiente em que Hugo está, gostaria de sentir aquilo que os personagens sentem através da narrativa do autor, mas infelizmente não foi bem assim. Um ponto que o livro me ganhou foram nas partes falando sobre cinema e da fotografia (mesmo gostando, tenho uma forte critica sobre isso) na época, algo muito instigante de descobrir através de uma obra literária. E tem mais arte nessa obra,  a sua maior parte são de desenhos em preto e branco, feitos pelo próprio autor, que cronologicamente contam a historia que se complementa com a parte escrita.  Todas as sequências conferem uma emoção maior à obra, com destaque para as perseguições. Os enquadramentos das cenas imitam o cinema, com closes e grande angulares, funcionando exatamente como num filme, o que - obviamente - é bem inusitado e chama a atenção - a priemeira vista.
Ou seja, o autor imagina, desenha e escreve. A criatividade é indiscutível.

Por outro lado, o número de desenhos é grande, e apesar de belíssimos e extremamente realistas (algumas são reais mesmo), em um determinado ponto cansa o leitor. A intenção do autor era fazer um livro para crianças, mas creio que com o tema abordado e o modo como o autor conduziu o livro deixou o mesmo parecer feito para jovens-adultos. Como o tema abordado é  cinema, de certa forma exige que imagens sejam encorporadas como instrumento de auxílio mas acho que houve uma dose de exagero e interviu no desfecho da obra, esperava algo grandioso, esperava que o autor desse mais destaque a descoberta do segredo qual é mencionado no livro o tempo todo.  O gancho que o autor tinha para falar sobre o cinema (Ele cria uma trama que gira em torno de um dos precursores da criação da sétima arte, o ilusionista francês George Méliès, e de sua produção Viagem à Lua, de 1902) acabou virando assunto principal, fazendo com que os próprios personagens e toda atmosfera criada fossem deixados para trás por um assunto de maior preferência do autor, se Hugo tivesse maior participação creio que as coisas ficariam muito mais interessantes, ou então se o autor tivesse colocado maiores aventuras e deixasse esse lado imaginário se revelar através de suas palavras... o livro se mostraria mais curioso.

Mesmo com toda essa minha crítica preciso ressaltar que o autor  para tentar passar uma sensação cinematográfica aos leitores, fez grande parte da obra ilustrada sequencialmente. Com cada dupla de páginas montando uma cena, há sequências inteiras da história que são apenas visuais. Ou seja, sua intenção era exatamente a qual eu crítico de certa forma, o que não muda em nada meu pensamento, ele não soube lidar com a "parte cinematográfica" no livro...

Finalizando aqui, o final foi bom, o livro é leve e de leitura rápida. Emocionante e original, com uma certa falta de desenvolvimento dos personagens. A história é bem juvenil, nada muito complicado, a "leitura" é relativamente simples, uma criança adoraria ler esse livo.
♥ Livro vs Filme, o dilema. O filme é bem fiel ao livro, apesar de não achar que o filme fluiu "naturalmente", foi meio monótomo até. Confira o trailer:




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