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EU LI: A Batalha do Apocalipse

Ei Marcianos, suave na nave? Em 2015 eu decidi mudar um pouco, eu percebi que nos últimos anos eu só abria os olhos para literatura estrangeira e esqueci de como rica é a nossa literatura nacional, resolvi que vou investir mais nos autores brasileiros este ano. E comecei a pesquisar livros nacionais e pedir indicações, eis que veio aos meus ouvidos A Batalha do Apocalipse, escrito pelo jornalista Eduardo Spohr, publicado em 2007 pelo site Jovem Nerd e em 2010 pela editora Verus. E como eu sou fanático por temas de apocalipse e anjos, não pensei duas vezes e fui procurar o livro. E faço das palavras do escritor José Louzeiro as minhas, "Não há na literatura em língua portuguesa conhecida nada que se pareça com a Batalha do Apocalipse." Enfim, vamos lá com a sinopse.
Autor: Eduardo Spohr Editora: Verus Páginas: 586 Publicado: 2010
''Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o juízo final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedom, o embate final entre Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. A batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heroicas, magia, romance e suspense.''
Para começo de conversa, um livro desses em mãos de rígidos religiosos é um perigo, discussões e críticas negativas a vontade. Pois trata de uma trama em que Deus, o Criador (E blá blá blá) está supostamente adormecido e os arcanjos são o poder maior e controlam o universo. É um livro em que algumas pessoas podem achar boas e más impressões. Mas, cara, Eduardo Spohr criou uma história como nunca tinha lido em meu pouco conhecimento sobre literatura nacional, com certeza, se publicado por um autor estrangeiro e renomado, seria um sucesso mundial. Os elementos incríveis, quando se fala de seres celestiais, estão muito bem retratados nessa obra. Deuses, anjos, demônios , bruxos, magos, arcanjos. Luta do bem contra o mal. Eduardo Spohr apresenta muito bem cada personagem e os motivos deles serem quem são, você realmente sabia o que era a diferença de arcanjos e anjos só pelos diálogos e soube muito bem como retratar uma batalha épica. Não tem nada em excesso, cada página e linha são necessárias para o caminho da conclusão.
O livro retrata os acontecimentos que levam o mundo ao Apocalipse. Tanto quanto as guerras da humanidade, quanto as guerras espirituais estão interligadas, levando ao que o autor nomeia durante todo o livro como final do Sétimo Dia. Demorei muito para descobrir o que era o tão falado Sétimo Dia, que tive que procurar a um amigo meu que é padre me explicou que de acordo com a Bíblia, Deus criou o mundo em seis dias e ao sétimo descansou. O livro usa esse dia para afirmar que o Criador adormeceu e deixou os arcanjos Rafael, Miguel, Gabriel, Uziel e Lúcifer no controle do universo até o fim do Sétimo Dia e Ele desperte de seu descanso e volte pro trampo.
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Enfim, houve uma rebelião no céu contra as tiranias empregadas à raça humana sob os mandos e desmandos de Miguel, um dos arcanjos mais poderosos. Dezoito anjos foram renegados e jogados a terra por defenderem a humanidade para viver entre os homens até o Juízo Final e somente o líder sobreviveu a caçada a qual foram submetidos. Eis nosso protagonista, Ablon, Primeiro General do exército celeste e único sobrevivente dos dezoito renegados. Suas asas são manchadas de sangue por consequência da rebelião, para sempre. Até o momento do acerto de contas, o Apocalipse. E assim nos envolvemos nas aventuras do Anjo Renegado e entre suas histórias, que vão desde a queda da Babilônia até o fim do Império Romano, lemos sobre as tiranias cometidas pelos arcanjos em seu desejo de destruir a raça humana, única merecedora do legado de Deus: a alma e o livre arbítrio.
Ablon é um anjo da casta dos querubins, que no caso são os anjos guerreiros. Com o passar dos anos na terra, Ablon viajou por diversos cantos do mundo, sempre fugindo da tirania dos arcanjos, nos acontecimentos presentes do livro, ele está no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Ele é um personagem encantador e surpreendente, inspira a todos os leitores a fidelidade que ele tem pelos seus ideais e suas crenças. Nos conta histórias (suas lembranças) de sua longa vivência, que nos enche de curiosidades e que acaba a nos envolver em cada uma delas, concordando e discordando de suas escolhas e ações. Ele nos apresenta a personagens incríveis, tanto por causa da admiração à eles, como também por desgosto em saber da existência de tais criaturas. Sempre disposto a aprender e a segurar o peso de suas responsabilidades, como também as consequências dos seus atos e decisões.
Entre outros personagens principais e essenciais no livro são, Shamira uma feiticeira que faz uma diferença absurda na história, cada decisão tomada, cada escolha, e quando menos se espera, você acaba virando fã dela e de sua perseverança indiscutível, Lúcifer, Filho do Alvorecer que após revoltar-se contra seu irmão Miguel, hoje tem seu próprio reino nas profundezas do inferno, e Apollyon, O Anjo Destruidor, é o guerreiro preferido de Lúcifer. Quando caiu com ele, tornou-se um dos nove Duques do inferno.
O livro supera todas as expectativas e vai além. Para ler este livro, tem que ter uma cabeça crítica, dar importância a sua religião, claro, mas não esquecer que é apenas um conto, e que você apenas entre no clima do livro, no universo retratado. Viver aquela obra como um ator em uma peça de teatro, pois o livro contaria os três principais atributos de Deus: Onipotência, Onipresença e Onisciência. E por o Criador deixar sua criação nas mãos de anjos revoltados com o Criador. (Loading... ERROR 404) Bom, fiquei encantado com os momentos descritos no livro, créditos ao autor que tão bem retratou um cenário de guerra, revolta, brigas, intrigas e magia. Eduardo Spohr criou um livro tão fantástico quanto as internacionais obras idolatradas que vemos por aqui. Enfim, acredito que capitei a mensagem do autor, não agradar a todos, mas conquistar a muitos.
Enfim, isso é tudo pessoal! Falei bastante e desculpe alguns comentários meus. Espero que tenham gostado, até mais Marcianos, até a próxima.

ABRAÇOS, ERIK

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