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Força feminina no cinema


Mulher é um bicho forte por si só, de nascença, de útero, de entranhas. E nada melhor do que fazer uma lista daquelas que marcaram as telonas e a vida real, que serviram de modelo para a criação de personagens incríveis. Mulheres que existiram, mulheres que imaginamos, mulheres que unem todas as mulheres em um personagem. Até mesmo em animações.
Retratar uma mulher forte não é necessariamente fazer um filme todo sobre ela, as personagens femininas se destacam em todo tipo de filme, intencionalmente ou não, e essa lista é feita de toda essa força.







AS HORAS
Julianne Moore, Nicole Kidman e Meryl Streep. Não consigo imaginar um trio de atrizes que ficaria melhor que esse. Uma escreve, outra lê e outra personifica. As três vivem. Feminino e feminista. Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro “Mrs. Dalloway”. Em 1923 vive Virginia Woolf, autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e ideias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown, uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais viveClarissa Vaughn, uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard, escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids.


O DIABO VESTE PRADA
Um filme que revela de forma genial os bastidores do universo dos editoriais de moda. Inspirado na obra de Lauren Weisberger, o enredo gira em torno da arrogante Miranda Priestly, interpretada por Meryl Streep, alter-ego da poderosa Anna Wintour, editora de moda da Revista Vogue americana. A direção segura e precisa de David Frankel, o figurino deslumbrante de Patrícia Field e a trilha sonora deliciosa, transformam este filme em um dos mais saborosos pratos. Sem falar nas brilhantes atuações de Meryl e Anne, e na pequena participação da modelo Gisele Bündchem como a editora de uma revista de moda.


FRIDA
Um dos principais nomes da história da arte do México, Frida Kahlo, um exemplo de paixão, arte e liberdade, retratada de forma incrível pela atriz Salma Hayek. Um filme que mostra sua vida pessoal e suas criações. Uma mulher radiante, inteligente, muito além da sua época. E ao mesmo tempo uma mulher apaixonada, frágil, humilde. Impossível não se apaixonar por ela.


MULAN
Não era comum na década de 90 a Disney retratar a mulher como a salvadora, e sim como personagem a ser salvo de todo o mal do mundo, de preferência por um príncipe. O filme mostra uma figura feminina forte a medida em que retrata fielmente a cultura chinesa e sua visão machista em relação as mulheres. Uma animação para fazer qualquer criança parar de brincar de boneca e começar a pegar em espadas de plástico. Quando os mongóis invadem a China, o imperador decreta que cada família ceda um homem para o exército imperial. Com isso, uma jovem fica angustiada ao ver seu velho e doente pai ser convocado, por ser o único homem da família. Ele precisa ir, mesmo sabendo que certamente morrerá, para manter a honra da família. Assim, sua filha rouba sua armadura e espada, se disfarça de homem e se apresenta no lugar do pai. Ela que serviu de inspiração para muitas meninas fortes, saiu da animação em 2009.


A DAMA DE FERRO
Meryl Streep interpretou Margaret Thatcher, no filme biográfico que conta a vida da ex-primeira ministra britânica, também conhecida como a mãe do neoliberalismo. Uma mulher forte e decidida, Tatcher era filha de marceneiros que conseguiu chegar ao topo. Em um mundo dominado pelos homens, a dama de ferro quebrou todas as barreiras de gênero e classe. Meryl, sempre fabulosa ao interpretar personagens fortes.


MENINOS NÃO CHORAM
Um ótimo filme que relata uma historia real. Com atuação incrível de Hilary Swank. Um filme muito forte e marcante, falando sobre sexualidades e preconceitos. Um filme que deveria ser assistido por todos aqueles que proferem comentários do tipo ”Quer ser lésbica, beleza, mas pra que andar igual a um homem?”. Criar um filme sobre a triste história de vida da Teena Brandon era uma tarefa difícil. A grande maioria dos profissionais que tivessem em mãos a história dela para transformar em um filme criaria um filme excessivamente dramático ou talvez romântico demais. Mas sendo dirigido pela Kimberly Peirce o filme não poderia se sair melhor. Saiba como Teena Brandon, se tornou Brandon Teena, e passou a reivindicar uma nova identidade, masculina, numa cidade rural de Falls City, Nebraska. Brandon inicialmente consegue criar uma imagem masculinizada de si mesma, se apaixonando pela garota com quem sai, Lana, e se tornando amigo de John e Tom. Entretanto, quando a identidade sexual de Brandon vem público, a revelação ativa uma espiral crescente de violência na cidade.


ZUZU ANGEL
A história de Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, estilista e mãe do militante Stuart Angel Jones e da jornalista Hildegard Angel. No final dos anos 1960, Stuart era um estudante de economia que passou a integrar a militância contra a Ditadura Militar, nos anos 60. Zuzu, era até então uma mulher de classe média que não se envolvia em política, até que começa uma busca incessante pelo filho que desapareceu. Zuzu vai se tornando uma figura cada vez mais incômoda para a ditadura e ela escreve que não descarta de forma nenhuma a chance de ser morta em um “acidente” ou “assalto”.


HISTÓRIAS CRUZADAS
O filme é emocionante e expõe uma das facetas mais cruéis do ser humano, o racismo, marcante no Sul dos EUA e no mundo. O que me chocou bastante foi perceber que tudo isso ainda ocorria há 50 anos, tão pouco tempo em se tratando de escala histórica. E ainda ocorre! Uma história de otimismo ambientada no Mississipi em 1962, durante a gestação do movimento dos direitos civis nos EUA, acompanha Eugenia Phelan, jovem que acabou de se graduar e quer virar escritora, mas encontra a resistência da mãe, que quer vê-la casada. Aconselhada a escrever sobre o que a incomoda,Skeeter encontra um tema em duas mulheres negras: Aibileen, empregada que já ajudou a criar 17 crianças brancas e hoje sofre com o preconceito, e Minny, uma mulher forte e corajosa, que não leva desaforo para casa. A academia de Hollywood soube reconhecer: a maior atração do drama é a atuação de suas atrizes. Viola Davis ganhou o prêmio do sindicato. Na categoria de coadjuvante, Octavia Spencer foi vencedora. Adaptado do livro “A Resposta“, de Kathryn Stockett, o longa-metragem traz à tona um registro humano da convivência entre brancos e negros no racista estado do Mississipi da década de 60.


IDA 
Polônia, 1962. Anna é uma noviça de 18 anos que se prepara para celebrar os votos definitivos e tornar-se freira no convento onde vive desde criança. Antes, a madre obriga-a viajar à aldeia onde nasceu para conhecer a sua única parente viva, a tia WandaAnna descobre que é judia e que o seu verdadeiro nome é Ida. Uma revelação que a força a escolher entre a identidade biológica e a religião que a salvou dos massacres provocados pela ocupação nazista.


O MARTÍRIO DE JOANA D'ARC
Versão muda da história de Joana D’Arc. Nem precisa ser dito pra alguém perceber, mas se tratando de fidelidade a historia real, nenhum filme supera esse. França, século XV, Joana de Domrémy, filha do povo, resiste bravamente a ocupação de seu país. É presa, humilhada, torturada e interrogada de maneira impiedosa por um tribunal eclesiástico, que a levou, involuntariamente, a blasfemar. É colocada na fogueira e morre por Deus e pela França. Último filme mudo de Carl Th. Dreyer, o filme mais fiel à história da guerreira. Todos os filmes de Dreyer, basearam-se em obras de ficção ou peças teatrais, exceto O Martírio de Joana d’Arc, que foi inspirado nos manuscritos oficiais do julgamento da donzela de Orléans.


O SILÊNCIO DE MELINDA
É o primeiro dia do primeiro colegial para Melinda, mas ela não se mistura à euforia dos corredores da escola, na verdade é como se nem estivesse ali. Isolada pelos amigos por ter chamado a polícia durante uma festa da galera, ela não consegue falar do terrível trauma que sofreu naquela noite, nem para as amigas, nem para si mesma. Mas decide tentar reencontrar sua voz e, finalmente, se expressar. O Silêncio de Melinda é um filme contundente e perturbador, adaptado do best seller “Speak” vencedor do prêmio New York Times.


TERRA FRIA
Charlize Theron vive Josey Aimes, a mulher que levou aos tribunais o primeiro caso de abuso sexual da história dos Estados Unidos, em 1984, enquanto trabalhava em minas de carvão. Após um casamento fracassado, Josey Aimes(Charlize Theron) retorna à sua cidade natal, no Minnesota, em busca de emprego. Mãe solteira e com dois filhos para sustentar, ela é contratada pela principal fonte de empregos da região: as minas de ferro, que sustentam a cidade há gerações. O trabalho é duro, mas o salário é bom, o que compensa o esforço. Aos poucos as amizades conquistadas no trabalho passam a fazer parte do dia-a-dia de Josey, aproximando famílias e vizinhos. Incentivada por Glory (Frances McDormand), uma das poucas mulheres da cidade que trabalha nas minas, Josey passa a trabalhar no grupo daqueles que penam para arrancar o minério das pedreiras. Ela está preparada para o trabalho duro e, às vezes, perigoso, mas o que não esperava era sofrer com o assédio dos seus colegas de trabalho. Como ao reclamar do tratamento recebido é ignorada, ela decide levar à justiça o caso.




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